DAP - Casa Branca

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ateliê Permanente - 8 CABEÇAS E UM BURRO


Atividades contemporâneas relacionadas à arte permitem que se ocupe prazerosamente o lugar da ignorância. Em meio à profusão/poluição das referências acessíveis, o teimoso gera o pensamento divergente por sua insistência e assim ativa a irregularidade que gera a fresta perceptiva por onde o que está em movimento foge, nossa intenção é seguir esta rota.
Vaidades são aceitas mas o trabalho deve testá-las.
O ateliê permanente, em funcionamento na DaP desde 2011, surgiu do prazer em acompanhar as aflições e acertos dos processos de constituição dos trabalhos dos participantes. Nos encontros são propostas investigações acerca da plasticidade dos meios, de como é possível desdobrar ideias em desenhos ou vídeos, performances em instalações, como processos contínuos de percepção e ação. A intensificação do discurso amplia o espaço de investigação por atrevimento, às vezes pelo silêncio.
Esta exposição trata primariamente de desejos:
de suspensão - DIOGO BLANCO
de perceber o quarto como o cenário de guerra onde se enfrenta alguns bichos - MATHEUS VERGILIO
de saber quem é vc aí no seu caminho que eu me apaixono – DEBORAH CASTELLO BRANCO
que a rebeldia descontrolada dos cabelos seja indício de libertação do corpo todo – MARIANA LACHNER
de convidar todos os amigos, imaginários, para estarem aqui – NANI VASQUES
de descobrir os sons que melhor esvaziam os objetos, ou vice-versa, ou o barulho – DENISE SABINO
de usar o corpo como um lugar de contato com o outro, expandido do conflito com o eu – KAUANA MILOZO
de analisar o branco para libertá-lo do desejo de ser puro/limpo GIOVANA SPOLADORE
A figura do burro, assumida ora por um, ora por outro, é a do atrevido, que bota o dedo no trabalho alheio. Sua pouca sofisticação lhe permite ser mais direto para desfazer a proteção ou ilusão de que o trabalho de arte é um lugar confortável.
Favorável é o estranhamento.
Danillo Villa - coordenador do ateliê, Chefe DaP

Nas fotos seguintes, vemos os artistas em processos de entendimento e montagem do trabalho no espaço e fotos da abertura, com o público presente.


Falsa assepsia:  em processo, de Giovana Spoladore, feito com papel vegetal e voil. A artista investiga possíveis aproximação entre seu trabalho e o espaço externo


 Diogo Blanco avaliando possível distribuição de seus desenhos no espaço


 Deborah Castello Branco avaliando as possibilidades de seus mapas que registram encontros com meninas desconhecidas que a artista persegue


 Em primeiro plano, Inconsolável de Danillo Villa e ao fundo, O espaço é o corpo, escorridos de tinta azul, que cobrem a parede, compondo o trabalho de Kauana Milozo


 A grande história do monstro comedor de mundos, pesquisa de Nani Vasques


 Impuro, pesquisa de Denise Sabino, que investiga as possibilidades de falseamento de impurezas, composto de plumas sintéticas e terra


 Do que é feito o mar, Instalação de Matheus Vergilio, que preparou uma sala com vestígios que interpretam a morte de uma sereia


 Público presente na abertura


 Público presente na abertura



 Público presente na abertura, durante bate-papo com membros do Ateliê Permanente


 Denise Sabino, Natália Natira e Luciana Mendonça


Em primeiro plano artistas do Ateliê Permanente DaP, Diogo Blanco, Kauana Milozo, Mariana Lachner, Deborah Castello Branco e Matheus Vergilio

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Ateliê permanente – 8 CABEÇAS E UM BURRO – processos constituintes.

Uma nova exposição é sempre uma proposição de pensamento, resumidamente, a DaP recebe os trabalhos definidos pela curadoria e realiza a expografia, que deve criar um acerto entre os trabalhos e o espaço de maneira a promover a melhor interação com o público e respeitando os desejos/conceitos que os trabalhos propõem. Para a exposição 8 CABEÇAS E UM BURRO os processos de desenvolvimento dos trabalhos incluíram testes para sua viabilidade. Os artistas passaram a enfrentar o espaço da galeria a partir de projetos que saíram de conversas e anotações em pequenos cadernos. São dias de dedicação e reflexão sobre as possibilidades e funções da instituição. No caso específico da exposição do Ateliê Permanente, a experiência toda foi constituída coletivamente no processo, há um dado de primeira vez para todos os participantes. Um dos objetivos é a tomada de consciência das especificidades que cada um desenvolve para a concretização dos seus trabalhos, de maneira a viabilizá-los em concordância com as potências que os geraram. Esse percurso se torna particularmente interessante quando observamos a curva que um trabalho executa desde seu surgimento como ideia, ligada a experiência particular de cada artista, até sua presença no espaço expositivo.
Dos participantes, espera-se uma expansão de verificação do território onde o seu trabalho opera efetivamente, com vistas a realização de novos trabalhos e exposições futuras.

Nas fotos a seguir, detalhes do processo de preparação do espaço e dos trabalhos de  Mariana Lachner, Nani Vasques e Denise Sabino.











quinta-feira, 25 de julho de 2013

sobre o abismo




Para os que tiveram chance de ver a exposição Quando os objetos se tornam abismos, da artista e pesquisadora Elke Coelho, foram sugeridos outros usos para os objetos cotidianos. Entre estes, a artista seleciona os que, agrupados em grandes quantidades, sugerem metáforas de espaços como desertos e abismos. Essa condição imprecisa dos objetos, que permite manipulações para novas e delicadas percepções é o material de trabalho da artista. O atrito visual/tátil/conceitual que a presença de pregos e alfinetes causa entre algodão ou pó branco guardados em pequenos frascos, sugere dores e delicadezas, constituindo uma só experiência. Fica a sugestão de atenção aos acontecimentos corriqueiros, ao que nos toca mais intimamente, como um pequeno ferimento, que por sua pequena e insistente dor, nos lembra que estamos vivos.


Danillo Villa - Curador - DaP

Chegaram as camisetas DaP!



quarta-feira, 24 de julho de 2013

Oficina com a artista Vânia Mignone

No dia 06 de agosto, as 14h30, dentro das atividades do Ateliê Permanente e da exposição 8 CABEÇAS E UM BURRO, a artista Vânia Mignone, de Campinas, desenvolverá uma oficina aberta ao público com foco em processos de criação. Os interessados deverão inscrever-se (taxa de R$ 5,00 para certificado) na DaP, já que há número reduzido de vagas.

Informações pelo telefone 3322 6844.



Para quem quer conhecer o trabalho da artista Vânia Mignone,artista campineira que estará desenvolvendo uma oficina no dia 06/08 - http://www.vaniamignone.com.br/

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Leto William (mediador) limpando trabalhos de Elke Coelho. 






A manutenção dos trabalhos expostos é mais um meio de aproximação para os mediadores. Além de garantir a integridade das obras durante todo o período de exposição, ao entender suas especifidades aumenta-se as possibilidades de abordagem e compartilhamento nas mediações e oficinas.



terça-feira, 9 de julho de 2013

W.C. ARTE: Entrevista com o artista Halisson Júnior






COMO É UM DIA DE PRODUÇÃO EM SEU ATELIÊ?

Não tenho um ateliê. Sendo assim produzo no cômodo de minha casa que me é cedido: produzo muito no meu quarto, na lavanderia ou mesmo na copa e sala (esses lugares são mais difíceis de conseguir). Intercalo minha produção artística com estudos teóricos, que perpassam por textos de críticos e curadores até uma olhada na internet e catálogos em busca de referências.


COMO UM TRABALHO COMEÇA?

Muito dos meus trabalhos surgem como que por acaso, por um acidente ou percepções que me ocorrem enquanto estava construindo outros. Ou melhor, assim surge a ideia do trabalho, pois deste momento até a finalização é um longo trajeto, por necessidades de materiais de difícil acesso ou por considerar que o trabalho não está maduro o suficiente. A reflexão sobre um trabalho é de extrema importância no meu processo, então sempre dou um tempo para que o trabalho mostre realmente sua potência ou suas fraquezas.


QUE ARTISTAS/TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTE NAS SUAS ESCOLHAS?

Gosto de algumas ideias frescas de alguns jovens críticos, como Clarissa Diniz. Lorenzo Mammí se tornou uma fonte constante de consulta. A curadoria de Paulo Herkenhoff é fonte de dúvidas. Os trabalhos de Cildo Meirelles, Lygia Clark, Eva Hesse e inúmeros outros se tornaram fontes de possibilidades.


QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?

Normalmente sou bem desligado, às vezes me pego no meu próprio universo, absorto em pensamentos (nem sempre aproveitáveis). Porém em alguns raros momentos, quando me vejo totalmente ligado às coisas que me rodeiam ou me vejo totalmente fora, prezo muito como motivação para o trabalhos e são momentos que logo me escapam.


EM QUAL PROJETO VOCÊ ESTÁ TRABALHANDO AGORA?

Estou em fase de finalização de vários trabalhos que espero mostrar logo.


QUE SITES VOCÊ COSTUMA VER?

Normalmente tento ver sites úteis à pesquisa, mas nem sempre isso acontece. Quando dá certo, vou ao ubuweb; mapa das artes e sites de galerias. Porém as redes sociais, como o facebook tem se tornado um lugar onde consigo trabalhar e buscar referências.


QUE MÚSICA VOCÊ OUVE?

Gal Costa, Chico Buarque, Cida Moreira, Elis Regina, Maria Bethânia, Nelson Cavaquinho, Cartola, Noel Rosa, Clementina de Jesus, Clara Nunes, Cat Power, Nina Simone, Elioth Smith, Alexi Murdoch e por aí vai bem longe.




quarta-feira, 3 de julho de 2013

Mediação com escola Lourdes Gobi na exposição de Elke Coelho



Detalhe do trabalho Sobre as aparências e os desejos, que é composto por vários objetos diferentes.


Detalhe do trabalho Sobre as aparências e os desejos



Mediador Leto William e crianças da escola Lourdes Gobi, em frente ao trabalho Sobre as aparências e os desejos



Detalhe do trabalho Sobre as aparências e os desejos



Detalhe do trabalho Sobre as aparências e os desejos



Alunos da escola Lourdes Gobi em frente ao trabalho Resíduo, que é composto por cerca de 430 recipientes de vidro.




 Em frente ao trabalho Resíduo.


 Em frente ao trabalho Proposta, composto por 55 maçãs.



segunda-feira, 1 de julho de 2013

Oficinas da exposição "Quando os objetos se tornam abismos"

1- Ajuntamento



Mais um

O que temos de igual? Roupas? Cabelo? O que todo mundo tem? Celulares? Quantos dedos tem aqui? Essas perguntas são levantadas pelos mediadores de modo a orientar a percepção dos alunos para possibilidades de acúmulo, o que pode ser colocado próximo e para o qual todos colaboram.


A junção de elementos possibilita o trabalho em equipe. Os mediadores podem ajudar e sugerir possibilidades, o resultado será uma foto (que pode ser feita de celulares) que deixe evidente a ação de agrupamento, o movimento e empenho necessário para isso.


Mais mil

Ressaltando aspectos do trabalho de Elke Coelho – acúmulo, agrupamento – os participantes são orientados a criar acúmulos utilizando objetos, partes do corpo, para que se faça uma foto na qual se perca a referência original, por exemplo: uma foto com todas as pontas de dedos de todos os participantes reunidas.




Pequenezas necessárias

- corpos humanos;
- câmera fotográfica;



2 - Chiaroscuro

Mais um

Utilizando da memória ou observação, os participantes deverão ser estimulados a lembrar/pensar elementos que se contrastam: algodão e agulha, pelos e porcelana, óculos e venda, ou quaisquer outros. A ideia não é reproduzir os objetos usados por Elke Coelho, mas expandir suas estratégias para que os alunos busquem em suas próprias experiências elementos que possam ser usados.

Mais mil

Os mediadores ajudam estimulando para que sejam realizados desenhos das escolhas feitas pelos participantes, observa e decide junto com o grupo se o desenho já é suficiente, se é necessário o uso de cores, qual a dimensão adequada.

Pequenezas necessárias

- lápis;
- papel;
- tinta guache;
- pincel;
-objetos diversos;
-papeis de diferentes tamanhos




3 - Tantão de palavras

Mais um

Os mediadores preparam papéis de 10x10cm que serão entregues para os participantes, (podem ser coloridos), uma palavra é escolhida para representar cada um, se usarmos Elke Coelho como referência serão palavras incisivas como abismo, deserto e casulo. Quais são as palavras importantes para cada um? Vagarosamente a palavra deve ser escrita e repetida no papel, numa grafia atenta para intensificar seu sentido, ou despertar outros, com desenho.

Mais mil         

Os participantes são orientados a pensar o trabalho de Elke: que impressão causa a junção de objeto e texto(título) o que se perde quando se vê/lê rapidamente?  Se é delicado, se o material é um material qualquer, essa investigação orientará a escolha das palavras.

Pequenezas necessárias

- papel
- lápis ou lapiseiras (que neste caso permite uma aparência mais incisiva e delicada)


4 - Afeto

Mais um

Uma pequena folha de papel e um pequeno objeto são dados para cada um dos participantes: palito de fósforo, agulha (dependendo da idade dos participantes), botão, etc. A partir de uma conversa sobre como acontece a seleção de objetos da artista Elke Coelho: se são delicados, se ferem, de onde vem, os participantes pensarão qualidades que podem ser associadas ao objeto dado.

Mais mil

O interessante é descobrir, junto com os participantes novos significados para os objetos, um fósforo queima e provoca incêndio, então pode ser uma metáfora de revolta ou de amor. A partir deste raciocínio os participantes brincam com os objetos e palavras até escolherem uma que retire o objeto de sua função conhecida e re-signifique. O objeto deve ser colado no papel e a palavra escolhida será escrita abaixo dele, como se o rebatizasse.

Pequenezas necessárias

- objetos diversos, podem ser um para cada participante ou o mesmo para todos;
- quadrados de aproximadamente 10x10 ou 20x20 de papel cartão
- lápis grafite;
- cola;
- durex;
DaP - Av. Juscelino Kubitscheck, 1973 - Londrina, Paraná - CEP 86020-001 - (43) 3322 6844